Em meio à transformação digital, com o avanço da tecnologia, as seguradoras buscam cada vez mais a inovação em seguros, identificar prioridades e investir em novas ferramentas digitais. Com a adoção de novas tecnologias, os processos são simplificados, a experiência do cliente melhora e a competitividade das empresas aumenta.
O setor de insurtech trouxe novas possibilidades, com a oferta de produtos aos clientes. Com isso, têm conquistado cada vez mais mercado. A digitalização é um dos principais fatores que influenciam o crescimento do mercado de insurtechs. O crescente número de dispositivos tornou difícil para as organizações gerenciarem, monitorarem e manterem os dados.
Assim, as organizações estão adotando cada vez mais tecnologias digitais para simplificar o gerenciamento, monitoramento e manutenção de dispositivos conectados. As empresas também experimentam melhorias significativas nos processos de negócios com a adoção de procedimentos totalmente digitais.
As seguradoras tradicionais começaram a perceber que as novas tecnologias estão transformando a vida de seus clientes. O avanço de tecnologias como Big Data, Inteligência Artificial e Internet das Coisas e o surgimento de novos participantes liderados pela tecnologia demonstra a necessidade de se reinventar.
A insurtech é uma combinação das palavras seguro e tecnologia, que significa a implementação de tecnologias inovadoras que ajudam a reduzir o custo para consumidores e seguradoras, melhorar a eficiência e aumentar a satisfação do cliente.
Essas alterações ou inovações eram visíveis apenas para os provedores de seguros enquanto trabalhavam no back-end. Graças a experimentos das seguradoras com chatbots, aplicativos e outras ferramentas, essas alterações também são visíveis para os clientes.
Para dar uma ideia do que isso representa globalmente, veja os números levantados no relatório abaixo.
Crescimento exponencial
Segundo o relatório Willis Towers Watson, o investimento global em insurtechs nos Estados Unidos atingiu US$ 6,7 bilhões ao longo de 2019. Isso representa 33,9% do total, após um investimento recorde de US$ 1,99 bilhão em 75 projetos durante o quarto trimestre de 2019.
Foram realizadas oito rodadas de investimento, durante o ano, levando à criação de cinco novos unicórnios. São elas: Bright Health, Next Insurance, Duck Creek Technologies e WeFox Group. Registrou-se ainda um salto de 90% nas rodadas de investimento que ultrapassaram US$ 40 milhões.
No quarto trimestre de 2019, segundo a WTW, as seguradoras levantaram US$ 244 milhões em financiamento em estágio inicial. Enquanto isso, as startups tiveram um crescimento de 69% sobre vida e saúde.
Este percentual foi um pouco acima do trimestre anterior, com as seguradoras focadas na distribuição e respondendo por 57% de todos os negócios em número.
Realmente 2019 foi o ano em que as insurtechs individuais começaram a surgir para liderar áreas específicas do mercado, tanto em certas linhas de negócios, quanto no uso de tecnologias específicas.
Parcerias de seguradoras com startups
O aumento da penetração de startups no setor de seguros apresenta um desafio para os operadores tradicionais. Além disso, espera-se que o setor de seguros seja tecnologicamente transformado nos próximos 5 a 10 anos.
Portanto, as seguradoras devem começar a se concentrar na transformação digital e a colocar os clientes no centro de tudo. Estas tendências representam uma mudança na ideologia das seguradoras. Como resultado, várias empresas estabelecidas estão fazendo parceria com seguradoras.
Segundo o relatório, conforme foi observado em trimestres anteriores, as insurtechs têm sido um excelente catalisador para incorporar o investimento em tecnologia na lista de itens da agenda da maioria das empresas de resseguros.
Embora simplesmente investir em tecnologia e esperar o melhor não seja garantia para o sucesso, a disponibilidade e a vontade das insurtechs de trabalhar com as seguradoras tornam as soluções tecnologicamente suportadas uma oportunidade para todos participarem.
O esforço para aplicar adequadamente a tecnologia deve ser visto como algo muito bom. No entanto, há um número crescente de entidades de resseguros lutando para conciliar os gastos necessários com um histórico de crescimento trimestral.
Os investimentos tecnológicos são preocupações contínuas que provavelmente impactarão o balanço das empresas. Com questões aparentemente mais urgentes para enfrentar, o investimento tecnológico invariavelmente fica para segundo plano. Esse é um problema enorme para a indústria seguradora e que raramente é mencionado.
Embora esse problema não seja verdadeiramente exclusivo do setor, a necessidade de relatar lucros trimestralmente torna muito difícil até o mais valioso comitê executivo alocar fundos que talvez nunca produzam um ROI claro em tecnologia. Nesse sentido, pode-se argumentar que o modelo de seguro mútuo possui uma vantagem competitiva sobre as empresas de ações.
Além de orçamentos relativamente menores para a TI, a falta percebida de complexidades comparativas quando se analisa os bancos em relação às resseguradoras acrescenta ainda mais rigidez de investimentos.
Pode-se argumentar sugerindo que há menos funcionalidades complexas no setor bancário quando comparadas ao setor de resseguros. Pagamentos, câmbio, gerenciamento de ativos, suporte a investimentos auxiliares e segurança são talvez as principais áreas em que a tecnologia teve o maior impacto na inovação dentro e fora dos bancos.
O resseguro é muito mais complexo e os caminhos para a inovação tecnológica são, portanto, muito mais amplos. Na última década, os bancos internacionais se homogeneizaram e fizeram praticamente as mesmas ofertas para os clientes. Onde houve inovações como fintechs, os bancos conseguiram se associar ou se reproduzir com aparentemente poucos obstáculos. Quem trabalha com insurtechs sabe que isso não é verdade no setor.
Prioridade à evolução das insurtechs
Apesar dos unicórnios de 2019, pode-se de fato não estar investindo o suficiente em tecnologia relevante ou o suficiente nos prováveis vencedores da corrida das insurtechs.
Para deixar claro, o relatório não recomenda que as empresas gastem mais dinheiro, mas simplesmente mantenham a importância da tecnologia e dos orçamentos de tecnologia em primeiro plano.
Apesar das recomendações para revisar o investimento em tecnologia em relação às pressões de curto prazo, dos relatórios de lucros e à questão do tamanho do orçamento em relação à criação de valor, o fato é que nos últimos dois anos houve algumas questões complexas nas resseguradoras. Entre elas, catástrofes naturais significativas, os impactos contínuos das mudanças climáticas e os vetores de ameaças emergentes como os ataques cibernéticos.
Também muitas resseguradoras tiveram experiências ruins de adoção e integração de tecnologia, o que torna a conversa sobre tecnologia adicional uma experiência emocional. Vale lembrar ainda que a evolução das insurtechs ainda é um fenômeno relativamente novo. Apesar disso, a indústria seguradora deve manter a tecnologia em mente.
Para ler o relatório na íntegra, clique aqui. Se você quer conhecer mais sobre insurtechs e inovação em seguros, continue acompanhando o Trends.