As fintechs vêm se destacando pelo desenvolvimento de produtos e serviços financeiros inovadores, entregues digitalmente e em tempo real aos clientes. Elas avançam em linhas de negócios antes dominadas por operadores históricos como os bancos tradicionais.
Seguindo a mesma proposta e incorporando novas tecnologias nos processos, as insurtechs estão revolucionando outro setor importante e altamente regulado: o mercado segurador.
De acordo com estudo da McKinsey, os investimentos das startups de seguros cresceram (e muito) nos últimos anos: eram US$ 140 milhões em 2011, subiu para US$ 270 milhões em 2013 e chegou à marca de US$ 2,7 bilhões em 2015. Além disso, o investimento médio por insurtech aumentou quase cinco vezes, saltando de US$ 5 milhões em 2011 para US$ 22 milhões em 2015.
A boa notícia é que não se trata somente de um incremento em investimentos em insurtech e inovação, com foco voltado apenas para a expansão de lucros. Muito mais do que dinheiro, as insurtechs promovem a digitalização dos negócios também para melhorar a vida das pessoas.
Cada vez mais, as startups de seguros visualizam maneiras de otimizar os serviços, visando melhorar o posicionamento da corretora e garantir mais benefícios e qualidade de vida aos clientes. Mais do que vender seguros, oferecer coberturas e entregar apólices, as insurtechs geram impacto social positivo nas cidades.
Quer saber mais sobre esta contribuição? Continue lendo o artigo!
#1 Qual o papel social das insurtechs?
Com o amplo uso da tecnologia e de ferramentas como automação, análise de dados, dispositivos conectados (IoT) e machine learning (aprendizado de máquina), é possível ver como insurtech e inovação constituem uma estratégia inteligente.
Isso porque muito mais do que oferecer novos tipos de apólices de seguro, ao incorporar novas tecnologias as startups de seguros estão ampliando o acesso, levando este tipo de produto a quem nunca teve a oportunidade de adquirir um antes. É dessa maneira, fazendo a diferença na vida das pessoas, que a insurtech pode se posicionar como uma marca do bem.
Quer um exemplo prático? No mercado de seguros, já existem startups que usam a tecnologia dos dispositivos de saúde conectados e dos algoritmos avançados para melhorar o atendimento ao paciente, focando na sua prevenção e no seu bem-estar. Ao mesmo tempo, a iniciativa diminui os custos de saúde em uma população em fase de envelhecimento.
Acontece que se antes a prestação de serviços de saúde se concentrava muito mais nas interações presenciais, que oneram o custo da operação, agora a insurtech já usa a tecnologia para o compartilhamento de dados entre todas as partes interessadas.
Dessa maneira, com o uso inteligente das informações armazenadas e o monitoramento remoto do paciente é possível não só otimizar a proposta do modelo de negócios, mantendo a eficácia da assistência médica, como também promover um impacto social positivo.
#2 Como a insurtech pode contribuir para o desenvolvimento social?
Cada vez mais, o conceito de sustentabilidade corporativa ganha mais relevância no mercado. Para ter um negócio socialmente responsável as iniciativas de solidariedade isoladas já não bastam. É preciso aceitar e assumir responsabilidades mais amplas, bem como ter em mente o papel central, a razão de ser da empresa: servir a sociedade!
As organizações que entregam serviços financeiros desempenham um papel importante no desenvolvimento social e econômico das cidades e países. Afinal, são os serviços financeiros que estão no centro da vida cotidiana das pessoas e das empresas.
Diariamente, jovens adquirem imóveis usando crédito habitacional; investidores fazem aportes de recursos em novos negócios e seguros de saúde são acionados para tratamento médico. Em suma, a vida das pessoas é facilitada pelos serviços financeiros do mercado bancário e segurador.
Neste contexto, cabe às insurtechs alavancar ativos e competências específicas para gerar impactos positivos. Afinal, os consumidores buscam justamente por empresas que são comprometidas e cuidam das pessoas e do meio ambiente.
Reputação e responsabilidade social são cada vez mais importantes na percepção de valor dos clientes. Eles anseiam mais do que nunca por instituições que se importam com o seu papel e com o bem que podem fazer para e pelos outros.
#3 Compromisso social na prática: o exemplo da BIMA e de outras insurtechs
Na tentativa de criar novas modalidades de serviços, as insurtechs estão atendendo a necessidades não contempladas antes em mercados inexplorados. É o exemplo da BIMA, uma microsseguradora móvel com sede na Suécia, que oferece seguro de pequeno valor em países emergentes, onde a penetração móvel é relativamente alta e a cobertura de seguro é muito baixa.
Ao fornecer um seguro por meio de assinatura móvel nos mercados-alvo, visando atender pessoas que vivem com menos de US$ 10 por dia, a BIMA gera impacto social em vários lugares do mundo.
A empresa já possui mais de 24 milhões de clientes nos mercados asiático, africano e latino-americano,com operações em 14 países, incluindo alguns dos mais pobres do mundo, como Gana, Sri Lanka, Bangladesh e Paquistão. E o alcance só cresce: são cerca de 575 mil novos clientes por mês.
Em uma estratégia recente, a BIMA está testando um serviço de saúde móvel que oferece aos clientes acesso ilimitado aos especialistas por telefone. O primeiro contato do cliente é com um médico. Se a ligação não resolver o problema, o médico ajuda o cliente a marcar uma consulta no hospital e o seguro cobre as visitas.
Outro case de sucesso de insurtech e inovação é o da Slice Insurance, que oferece cobertura para aluguel do Airbnb, atendendo a uma demanda inédita, mas crescente por conta do desenvolvimento da economia compartilhada.
Também com uma visão disruptiva, a Lemonade Insurance atraiu aportes de investidores, bem como profissionais de outras seguradoras, para um projeto que tem como proposta “uberizar” o seguro.
Em comum, todas as insurtechs têm como desafio inovar, fazer diferente em um movimento disruptivo, que pode trazer muitos benefícios para todos os envolvidos.
Tanto é verdade que o modelo de negócios das seguradoras já vem gerando um impacto social positivo, porque, afinal, garante o acesso a serviços pensados para melhorar vida das pessoas.